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“Argylle - O Superespião” abusa dos exageros e reviravoltas, mas consegue fazer rir

Atualizado: 4 de fev.

O novo filme de Matthew Vaughn tem um elenco cheio de estrelas, mas pouco aproveitadas pela produção



O que seria do mundo se as histórias dos maiores escritores de best-sellers se tornassem verídicas? Ou pior, se o universo dependesse da criatividade e sagacidade deles para continuar existindo? É imerso nessa premissa que o novo longa de espionagem da AppleTV+ se debruça.


Argylle é o novo filme do diretor Matthew Varghn, que ficou conhecido pelos bons filmes de espionagem como o da franquia Kingsman. O longa tem um elenco cheio de estrelas, como Bryce Dallas Howard, Sam Rockwell, Bryan Cranston, Henry Cavill, Dua Lipa, John Cena, Samuel L. Jackson e Ariana DeBose.


O filme narra a história de Elly Conway (Bryce Dallas Howard), uma escritora tímida que faz muito sucesso com a franquia de livros chamada Argylle. Escrevendo o quinto livro, ela fica em dúvida de como será o capítulo final e entra em bloqueio criativo. Até que decide visitar a mãe em outra cidade e conhece um homem que se diz espião (Sam Rockwell). A partir de então, tudo muda na vida da escritora e ela vai precisar entender o que é verdade ou não na própria história.


O filme dentro do livro



A metalinguagem é um recurso bem utilizado pelo diretor para conduzir o enredo, apesar da quantidade de erros que o filme comete ao longo das 2 horas e 20 minutos. De início, quem assiste sem ler a sinopse pode ficar confuso com os acontecimentos e até demorar para se envolver completamente com a história.


E quando isso acontece, e pode demorar alguns minutos, os personagens já são outros e com histórias ainda mais confusas. Apesar do elenco estrelado, a produção não consegue aproveitar bem todos os atores, tão pouco cria uma narrativa linear e compreensível para que eles estejam ali.


E isso também serve para a personagem principal, já que as dualidades no início podem fazer com que o telespectador fique em dúvida sobre qual a verdadeira história contada no longa. A linha de crescente do filme é interessante pelas reviravoltas, mas em um momento, cansa e confunde quem está assistindo.


O enredo não é ruim, apesar de repetir os clichês da maioria dos filmes de espionagem. Trazer o universo dos livros e como tudo funciona na cabeça de quem escreve e de quem lê é uma proposta diferente, mas que poderia ser melhor desenvolvida pelos roteiristas. Apesar da duração do filme, a sensação que fica é que não há tempo hábil para que se crie empatia ou até raiva dos personagens.



CGI é mesmo um problema mundial



Já se tornou clichê a crítica e o público reclamarem da qualidade do CGI em cenas de ação, ou até nas mais comuns nos filmes. A falta de um bom investimento e tempo para que os bons profissionais trabalhem de forma justa e saudável, não é uma prioridade da maioria dos estúdios. Com isso, é comum ver cenas muito ruins e trabalhos gráficos bem abaixo do esperado.


Em Argylle não é diferente. O longa também abusa das cenas de ação, o que não seria ruim caso os efeitos visuais fossem realmente bons. As cenas de luta corporal em que a Elly enxerga duas pessoas ao mesmo tempo é só um exemplo do que não é ideal a se fazer quando não há um investimento justo para esta área.


O diretor poderia ter usado outros recursos para gravar as cenas de ação, ou simplesmente não ter incluído na versão final. O fato é que fica bem visível quando é Bryce Dallas Howard em cena ou a dublê. E também fica evidente que não foi algo proposital, para parecer cômico, e sim só erros que se mostraram imperceptíveis no momento da edição.


Apesar disso, faz bem para rir



O filme tem problemas no roteiro, desenvolvimento e até na parte gráfica, mas não deixa de ser uma boa comédia para assistir e tentar adivinhar o que vai acontecer e quais são os próximos passos dos espiões. 


Apesar do excesso de plot twists, a história consegue surpreender em muitos momentos, principalmente no começo quando você acha que o enredo será focado em uma parte e de repente vem uma novidade que surpreende. Até mesmo as reviravoltas não são tão mirabolantes, e até certa parte consegue convencer de forma fácil o telespectador.


A atuação de Bryce Dallas Howard e Sam Rockwell seguram todo o filme, principalmente na expectativa para saber como os dois vão trabalhar juntos. Eles conseguem convencer que estão envolvidos um pelo outro e não de uma forma completamente romântica.


As piadas são divertidas e com certeza você vai se pegar rindo do meio de uma cena bem canastrona e engraçada apenas por ela existir. Argylle é um filme interessante, apesar dos erros e excessos, e que pode te fazer desanuviar em algum momento de maior pressão ou estresse. E talvez, essa seja a intenção principal do filme.


Nota: 2.5/5


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