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Foto do escritorRayane Domingos

"Estômago 2 - O Poderoso Chef" frustra com nova história e expande universo de cozinha e cadeia

Atualizado: 4 de set.

O filme dirigido por Marcos Jorge deixa o 'personagem principal' de lado para contar uma nova história



O anúncio da sequência de 'Estômago' animou os amantes do filme, que se desdobraram para assistir o, agora clássico, que estreou em 2007. Após 17 anos, o diretor Marcos Jorge retorna ao universo para dar vida ao segundo longa. Mas as altas expectativas para acompanhar o cozinheiro e prisioneiro Nonato podem gerar uma grande frustração aos telespectadores. 


O filme 'Estômago 2 - O Poderoso Chef' tem como premissa inicial narrar os fatos que aconteceram com Raimundo Nonato após 16 anos, quando ele se transforma em um chef de cozinha da cadeia.. Mas ao tentar contar a história do simpático prisioneiro, o longa também propõe uma nova narrativa, e acaba se perdendo do "foco" principal.


A produção é uma parceria entre o Brasil-Itália e é falada em dois idiomas, português e italiano. O elenco é formado por João Miguel, Nicola Siri, Paulo Miklos, Guenia Lemos, Marco Zenni, Violante Placido, Giulio Beranek, Marisa Laurito e Giorgio Gobbi.


Capeletti com ragu à bolonhesa (frio)


É compreensível que a produção queira fazer um filme com uma nova história, expandir o universo que envolve a culinária e crime. Mas, a novidade se perde do enredo "principal" e que foi vendido para o público desde o começo. 


Quem vai ao cinema para acompanhar as loucuras de Nonato e o que aconteceu após os acontecimentos marcantes do primeiro filme, se frustra completamente ao perceber que ele aparece muito mais para ser ponte de uma nova história. 



A ausência de enredo para o personagem é latente, pouco se fala sobre o passado, para relembrar o que aconteceu e contextos, e o futuro dele fica em aberto como todo o resto.


O que o público pode compreender é que a intenção geral era contar uma nova história e que Nonato foi usado como um meio para chegar no fim. Apesar disso, não é preciso desprezar completamente as mudanças.


Rigatoni all'Amatriciana



A nova história é divertida, engraçada e curiosa. O diretor brinca com a canastrice dos clássicos filmes italianos, com a figura do homem sendo o centro de tudo. Mas ao mesmo tempo não se torna um incômodo assistir porque é convincente e você acaba embarcando no que o narrador vai explicando fato a fato.


A ideia de manter essa linha temporal um pouco confusa, entre o passado e o presente, como aconteceu no primeiro, também é interessante e enriquece o filme. Quem não é acostumado com a dinâmica do diretor pode ficar um pouco confuso, mas o próprio longa nos permite tempo para entender e refletir.


As cenas mais longas, e até arrastadas das conversas entre os familiares italianos e como a máfia funciona são ruins, pela extensão, mas ajuda o telespectador a se ambientar e não perder o fio da meada.


O elenco é ótimo, bem afiado e estão muito bem durante todas as cenas, inclusive as que acontecem nos momentos que exige mais ação. João Miguel, infelizmente, não aparece o tanto quanto poderia, mas o carisma e a sagacidade do personagem preenche a tela quando aparece.


Apesar dos problemas em relação a proposta que foi vendida x entregada, o longa consegue nos fazer rir mesmo em situações adversas dos personagens, que brigam para sobreviver enquanto tentam fazer uma refeição minimamente decente.


Nota: 2/5

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