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Michael Jackson: existe outro 'Rei do Pop'?

Atualizado: 30 de mai. de 2023

Em junho deste ano, um vídeo no Tiktok viralizou ao mostrar um homem desconhecido com algumas características semelhantes ao do falecido cantor Michael Jackson. O artista, considerado um dos maiores do mundo, faleceu há 13 anos, mas isso não impediu que usuários da plataforma fossem à loucura e revivessem as teorias de que ele ainda estaria vivo. “Eu juro, pessoal, é 2022 e aquele é o Michael Jackson“, disse o responsável pela gravação. Hoje, o vídeo conta com mais de 25 milhões de views.



Mesmo com um tom de humor, o conteúdo do vídeo ainda é levado a sério pelos internautas. Prova disso é a sessão de comentários onde muitos afirmam que, mesmo que não seja o próprio MJ, acredita-se que o astro ainda está vivo. "Por que as pessoas não acreditam?", questionou uma usuária da rede social. "Pode não ser esse, mas pra mim ele não morreu", opinou outra pessoa.


As teorias não cabem apenas aos fãs. No ano passado, através de suas redes sociais, a brasileira Lene Sensitiva garantiu, através de um vídeo com cerca de três minutos, que Michael Jackson não morreu. “Ele permanece aqui e vai aparecer. A volta dele será triunfal. O mundo vai ficar perplexo e vai abalar muita gente. Vão ver o cantor dando entrevistas e todos os canais de TV falando sobre isso", determinou. Em outro trecho, Lene ainda afirma que o cantor estava presente no próprio velório, mas fora do caixão.

"Ele assistiu tudo. Ele vai aparecer e vai chocar o mundo todo. Ele não está no plano espiritual. Michael Jackson está aqui na Terra e vai aparecer entre os anos de 2021 e 2022”.

Essas especulações envolvendo o que aconteceu com Michael Jackson não acontecem de agora. Por ser um ídolo pop, o cantor sofreu com a fama durante e depois da sua morte. Para além disso, existe a notável reluta de fãs e curiosos em geral em atribuir a figura da ‘lenda’ a algo mais místico - como forma de ainda ‘deixá-lo entre nós’.


Paralelo a isso, a indústria musical fomenta um caminho de encontrar o novo ‘Rei do Pop’ - título garantido a Michael Jackson junto a seu placar de ‘insubstituível’. Mas, afinal, por que essa procura incansável acontece?


Não queremos aceitar


Para uma grande parte dos fãs, a morte de Michael Jackson nunca existiu e, para alguns, teria sido até mesmo forjada.


Em uma entrevista para a Vogue, Rachel O’Neill, Ph.D. e conselheira em Ohio, EUA e membro da plataforma de atendimento psicológico Talkspace, falou sobre as relações pessoais entre fã e artista.


“Nós nos conectamos com famosos e, apesar de não conhecê-los pessoalmente, a presença deles pode ser sentida em nossas vidas”, conta. “Por exemplo: talvez aquela celebridade tenha feito parte de uma fase importante da infância dessa pessoa, talvez tenha sido seu primeiro crush ou representaram algum ideal, algo que você desejasse ser… Ou talvez a celebridade signifique uma memória importante em sua vida, como, por exemplo, estar no elenco de uma novela que você cresceu assistindo. Nesses casos, a morte pode representar uma perda daquele momento particular do seu passado.


Esse talvez tenha sido o caso de Joyce Lima, hoje com 22 anos, que cresceu ao som de MJ e, na época, aguardava ansiosamente pela turnê mundial. "Foi uma morte que não era esperada porque não era uma pessoa que vinha de uma fragilidade de saúde, não estava internada, nem nada disso. Então, me trouxe uma perplexidade muito grande e uma certa inconformidade do que ele poderia ter feito e não pôde por conta dessas administrações de remédios de maneira errada. Foi uma morte que pegou todo mundo de surpresa, então, você fica meio inconformada”, contou a comunicadora.


Como uma boa fã, Joyce acredita que seja impossível substituir o papel de Jackson ou qualquer outro grande artista precursor na indústria musical atual. Ela ainda aponta que artistas como Madonna, Whitney Houston, Aretha Franklin e Michael Jackson, por exemplo, são usados como pilares para construção da cultura de um gênero e de uma corrente através da arte.


"A gente passa por ciclos de artistas que acendem e contribuem fundamentalmente para o curso de alguma coisa cultural, de um gênero, de uma expressividade. A gente pode ter artistas que se igualem no futuro, mas não que consigam substituir. O Michael criou passos, maneiras de expressividades culturais dentro da cultura preta norte-americana.

Nasce e morre uma estrela


Michael Joseph Jackson iniciou sua carreira ainda muito jovem. Ainda ao lado de seus quatro irmãos com o grupo Jackson Five’, o artista mirim se destacava pelo seu talento nato e um carisma incomparável, conquistando uma legião de fãs ao redor do mundo com a sua voz e os seus passos de dança. O grupo, porém, logo se desfez, fazendo com que o jovem astro seguisse em carreira solo.


Chega a ser clichê listar os feitos de Michael Jackson, um homem negro que quebrou recordes e mudou os cursos da indústria musical com o passar dos anos. Como uma estrela cadente, o artista deixou seu marco e um legado ainda em vida - inspirando diversos outros do ramo.


E justamente pela sua passagem estratosférica musicalmente falando, o mundo não estava preparado para se despedir de Michael e do seu talento. No auge dos 50 anos, com uma turnê de despedida, o ícone da música pop falecia, vítima de intoxicação por propofol e benzodiazepina no dia 25 de junho de 2009, na sua mansão, em Beverly Hills. A morte do artista causou um impacto tão grande que serviços de busca como Google e a rede social Twitter foram derrubados pelo grande número de acessos em tão pouco tempo. Ninguém queria acreditar que Michael Jackson tinha partido.


A busca por um novo 'Rei do Pop'


A partida de Michael deu início ao questionamento de quem seria seu ‘sucessor’ na indústria, que teria feitos similares aos de Jackson na carreira. E as apostas não foram poucas. Grandes produtores investem – e continuam investindo alto – em celebridades que surgiram desde então. Nomes como de Bruno Mars, Chris Brown e, mais recentemente, Harry Styles, encabeçam essa lista.


No dia 22 agosto, a Rolling Stones publicou a edição de outubro/novembro com o cantor Harry Styles como o destaque principal em 14 edições ao redor do mundo. Entre elas, o título “how the new King of Pop set the music world aflame", ou ‘como o novo Rei do Pop incendiou o mundo da música’, em tradução livre, chamou a atenção. Fãs repercutiram o novo título ao ex-One Direction, enquanto outro nicho, como o próprio sobrinho de Michael Jackson, criticou a posição dada ao artista.


Antes de tudo, é necessário colocar em pauta que Michael e Harry possuem origens distintas e, cada um, seu feito significativo na música. Jackson detém ‘Thriller’, álbum certificado de platina por mais de 30x pela RIAA e, até hoje, o mais vendido de todos os tempos. Styles possui altos números em charts, diversos prêmios musicais mas, ainda assim, é um homem branco em uma indústria racista - fator que, nos anos 80/90, atravessaram o Rei do Pop.


Diante da repercussão na internet, em sua conta do twitter, Taj Jackson, sobrinho de Michael Jackson,se pronunciou: “Não há um novo Rei do Pop. Você não possui o título, @RollingStone, e você não ganhou, meu tio ganhou. Décadas de dedicação e sacrifício. O título foi aposentado. Sem desrespeito a @Harry_Styles, ele é mega talentoso. Dê a ele seu próprio título único.”


Não é a primeira vez


O caso mais recente envolvendo Harry Styles ajuda a relembrar a entrega desse ‘título’ a outros artistas de peso. Porém, o caso de Bruno Mars entra não só nessa discussão - mas fomenta mais uma teoria envolvendo MJ, já que ele foi apontado como um possível filho do cantor.


Peter Gene Hernandez ou Bruno Mars nasceu e foi criado no Havaí. Sempre ligado a Michael, o cantor nunca escondeu sua admiração, chegando a fazer parte da mesma gravadora que o Rei do Pop.


O argumento para a teoria seria um trecho da letra de ‘Billie Jean’ (1982), onde Michael diz: "O garoto não é meu filho. Ela diz que sou o cara, mas o garoto não é meu filho”. Porém, não é preciso dizer que o dado é improvável, já que Bruno nasceu em 1985, três anos após o lançamento do hit.


A repercussão foi tanta que fez com que Jermaine – irmão mais velho de MJ – se manifestasse durante o lançamento do reformulado musical 'Forever King of Pop', onde falou sobre Mars e o possível legado de Jackson, ainda em 2018. "Nossa família ama o Bruno Mars, ele é um artista muito talentoso, mas o Michael é o Michael. Bruno é um artista sólido, mas Michael sempre foi fora do padrão, meu irmão é irrepetível", manifestou.


Comparações


Chris Brown também foi um nome potente que foi especulado como o mais próximo do Rei do Pop. Com destaques para o vocal e habilidades na dança, ele chegou a ser apontado como alguém até mesmo melhor que Jackson. Em setembro de 2019, o rapper 50 Cent afirmou que Chris Brown superou Michael Jackson como artista. Diante disso, Paris Jackson, filha do falecido cantor, respondeu.


Replicando a resposta, o rapper divulgou um vídeo em sua conta do Instagram de Chris Brown em uma performance com saltos mortais de costas com a legenda: “Tudo que eu quero dizer é que nunca vi o MJ sair de um show assim.” A herdeira, então, deu um basta ao relembrar a apresentação do pai no Super Bowl de 1993, que quebrou recordes e iniciou a tradição da ‘NFL’ dos famosos intervalos entre os jogos.


O fato é que a discussão não morreu e o ex-jogador da NFL, Ryan Clark, decidiu reacender a chama deste debate em junho deste ano, afirmando em sua conta do twitter dizendo queChris Brown é mais talentoso que Michael Jackson (...)! ".


Diante disso, o próprio Chris Bown resolveu se manifestar diante das comparações, em uma entrevista para a Radio Show ‘Big Boy's Neighborhood’.

"Minha opinião pessoal é que eu não estaria nem respirando ou mesmo sendo capaz de cantar uma música se esse homem não existisse (...). Ele está anos luz à frente. Não há como competir com ele (...) Claro que não, eu não sou melhor que ele".

A comunicadora Joyce Lima, como fã e consumidora de música pop, faz uma análise da contribuição de MJ para futuros artistas e esse local de 'insubstituível'.

"Ele é uma referência – eternamente. Seja pelo gênero musical, pela técnica musical que ele tinha, quanto pela técnica de dança. Acho que ele vai servir de estudo, de pesquisa, de várias expressividades… Ele se tornou uma referência para outras criações que surgirão pelo caminho".

 




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