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"Ruby Marinho": os padrões adolescentes divertem, mas não surpreendem

Novo filme da DreamWorks repete a fórmula dos desafios da adolescência em uma animação colorida e animada


Foto: DreamWorks

A aventura de sobreviver à adolescência sendo fiel a si mesmo e desafiando os padrões da sociedade voltou a ser o foco de mais uma animação cinematográfica. Dessa vez, o tema faz parte da narrativa de ‘Ruby Marinho: Monstro Adolescente’, o mais novo filme da DreamWorks.


O longa conta a história de Ruby Marinho, uma jovem que precisa lidar com sua aparência fora do padrão e as regras da sua família enquanto tenta se adaptar a uma vida normal na escola. Ela não contava que, na verdade, seu físico é daquele jeito por conta da sua natureza: Ruby é uma kraken, considerada um monstro marinho pelos seres humanos, porém com a real missão de proteger a vida nas profundezas do oceano.


Sua identidade é descoberta quando ela entra no mar por impulso e tudo vem à tona, fazendo com que Ruby enfrente um turbilhão de emoções, sem saber lidar com o fato de que seu objetivo de vida é muito maior do que se divertir com seus amigos ou convidar seu crush para o baile do colégio.


Ruby Marinho e seu "crush", Connor. | Foto: DreamWorks

Todo mundo já passou por isso


Um dos princípios de ‘Ruby Marinho: Monstro Adolescente’ é apresentar uma realidade que o público vai se identificar. Isso é visto, por exemplo, na maneira como os os personagens vivem, sempre na companhia do celular, usando a internet como fonte de informação e mexendo nas redes sociais.



A partir desse cenário, os espectadores são levados a viver os dilemas de Ruby junto com ela, pois são problemas comuns de quem está passando pela adolescência. É compreensível, por exemplo, entender por que a protagonista se compara à garota mais bonita do colégio ou ficar chateada com a sua mãe por ela ter escondido fatos importantes da sua vida - apesar de ter feito isso pensando no bem da própria filha.


Essa fórmula de identificação, entretanto, não é novidade no mundo da animação, o que faz o longa ser um tanto previsível - afinal, todos sabem que Ruby vai ter dificuldades, no início, em se adaptar como uma kraken, que sofrerá as consequências de agir impulsivamente pelas costas de sua família e, por fim, irá amadurecer, se aceitando com todas as suas facetas.


Shade para a Pequena Sereia?


É impossível assistir a ‘Ruby Marinho: Monstro Adolescente’ sem lembrar de ‘A Pequena Sereia’, sucesso da rival da DreamWorks, a Disney.



A vilã do filme se chama Chelsea e ela possui a mesma aparência da primeira versão da Ariel e seu longo cabelo avermelhado. A garota mais popular do colégio logo se aproxima de Ruby, pois guarda o segredo de ser uma sereia, figura marinha reconhecida como principal rival das krakens. As duas acabam entrando numa jornada de auto aceitação juntas, quando a protagonista vê na amiga alguém em quem confiar e se juntar para acabar com a rivalidade.


Foto: DreamWorks

Como no velho clichê, Chelsea se mostra manipuladora e se utiliza dos poderes de Ruby para reconquistar o trono do fundo do mar. É interessante como o filme brinca com a quebra do estereótipo de que a sereia seria a “mocinha” das histórias, porém se mostra desnecessária a clara referência à personagem da Disney, que protagoniza o live-action concorrente de audiência nos cinemas.


Conquista, mas nem tanto


Não é difícil se entreter com ‘Ruby Marinho: Monstro Adolescente’. Com uma linguagem leve e divertida, o filme conquista com suas cores vibrantes e personagens carismáticos.


O longa também faz um bom papel em dar lições valiosas a quem assisti-lo: ter cuidado em quem confiar, entender que os pais querem o seu bem acima de tudo e não ter medo de ser quem é - apesar de uma de suas personalidades parecer com um monstro.


Ruby Marinho como kraken. | Foto: DreamWorks

Por fim, a jornada desafiadora da adolescência está ali e consegue dialogar bem com as pautas atuais vividas pelos jovens, porém ficou clara a falta de esforço no enredo para sair dos padrões já tão vistos nesse tipo de narrativa. Para uma próxima, seria interessante a DreamWorks explorar nuances que mostrem como essa época da vida e seus desafios podem ser realmente imprevisíveis e transformadores, ainda mais com a magia de uma boa animação na tela dos cinemas.


Nota: 3/5

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