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Foto do escritorRayane Domingos

Um amor irracional: pequeno dossiê sobre a cultura dos fãs

Atualizado: 30 de mai. de 2023


O que é ser fã? Qual o conceito concreto de uma cultura que tem se tornado maior e mais reconhecida pelos artistas? As perguntas que tange esse tema são inúmeras, e tem se tornado cada dia mais complexas pela diversidade das pessoas envolvidas e das diferentes características que cada um possui.


Segundo a etimologia, a palavra ‘fã’ é a abreviação do latim ‘fanaticus’, e o significado se traduz em ‘entusiasta, louco’. Já para o pesquisador norte-americano Henry Jenkins, o fã significa uma pessoa que gosta da cultura midiática, e que acaba ressignificando esses conteúdos produzidos pela mídia em uma cultura própria. Em seu livro "Textual Poachers: Television Fans and Participatory Culture" (1992) ele afirma que os fãs são consumidores ativos e agem de acordo com seus desejos e interesses na construção de conteúdo relacionado ao ídolo, como vídeos, fanarts, fanfics, dentre outros.


Não existe uma cartilha de como se tornar fã de alguém. Quando nasce um artista acaba nascendo um admirador do seu trabalho e muita das vezes não se faz necessário ter uma carreira para que isso ocorra, porque se torna interessante acompanhar a filosofia de vida do admirado. Mas, apesar disso, o objetivo principal continua sendo o mesmo de todos os fandoms: engajar nos projetos preparados de maneira massiva e fazer que ele seja visto por outras pessoas.


Jenkins observa uma mudança essencial sobre a relação fã e ídolo, em que a fronteira entre quem cria conteúdo e acompanha tem se esmorecido. Isso porque convivemos em uma Cultura de Convergência, em que os produtos de mídia se tornam cada vez mais híbridos, em uma nova construção da informação. No que cerne aos fãs, ele acredita que existe uma Cultura Participativa e não há diferença entre os produtores e os consumidores dessa mídia, porque eles interagem o tempo inteiro com a finalidade de criar novos conteúdos. O autor percebe essa mudança e detalha sobre o processo no seu livro ‘’Cultura da Convergência’’ (2006) quando afirma:

‘’[...] observei os fãs saírem das margens invisíveis da cultura popular e irem para o centro das reflexões atuais sobre produção e consumo de mídia’’

O que demonstra não só a reformulação do conceito de fandom, como também a mudança de todo o movimento para a mídia. É importante frisar que eles formam uma comunidade, real ou virtual, em que os integrantes traçam estratégias para engajar a produção que curtem, seja criando páginas para falar exclusivamente do assunto, ou perfis no Twitter como os ‘’fan accounts’’.


As redes sociais foram primordiais para essa mudança que já está estabelecida entre os fãs e que vem sendo compreendida, aos poucos, pelos artistas e pela indústria do entretenimento. O modus operandi que existia para direcionamento de carreira e marketing foi totalmente alterado com a consolidação da Cultura da Convergência. Mas, no que se refere aos fãs, a forma de se comunicar e trazer o máximo do engajamento que eles podem dar para o trabalho é essencial para o sucesso. As métricas de Instagram, Twitter, Spotify dentre outras redes é onde habita o reconhecimento dos trabalhos realizados para mídia que tem supervalorizado essas novas formas de ‘fazer sucesso’.


Primeiros contatos


É comum que a passagem da infância para a adolescência, o afeto por algum artista surja espontaneamente através de produções cinematográficas ou musicais. As razões pelas quais os jovens dessa faixa etária têm esse tipo de apego varia, principalmente quando eles veem nessa nova família uma maneira de socializar e construir laços.


A cada década, em algum ramo do entretenimento, produções audiovisuais ou literárias ganham fama de forma súbita e arrebata a maioria dos adolescentes. Fãs de filmes, livros, séries e novelas se tornam presentes como público que acompanha cada passo do elenco ou em casais e amizades que perpassam a ficção, por exemplo.


Sagas literárias que foram adaptadas para o cinema foram um grande sucesso entre os anos 2000-2010, principalmente quando se fala sobre histórias no campo da fantasia, que cria uma curiosidade na cabeça de quem lê a expectativa de poder assistir toda a história nas telas do cinema. 'Harry Potter' (2001), 'Senhor dos Anéis' (2002), 'Crepúsculo' (2008), 'Percy Jackson' (2010), 'Jogos Vorazes' (2012) são alguns exemplos de produções que se tornaram febre.


Na música, esse afeto não é diferente, já que boy e girlbands são um fenômeno ao redor do mundo, independentemente de questões geográficas. Por mais que haja uma quantidade imensurável de fan accounts de artistas solos com várias estratégias de engajamento para aumentar sua visibilidade, as bandas que vêm surgindo buscando ainda mais a diversidade entre os seus membros acabam trazendo um holofote maior aos envolvidos. Esse case de sucesso não se resume aos grupos que surgiram nos últimos anos: é possível citar o boom na década de 90/2000, que popularizou mais o termo e as bandas. Backstreet Boys, 'N Sync, Jonas Brothers, The Pussycat Dolls, Destiny's Child são alguns exemplos que se destacaram nesse período.


Inúmeros métodos utilizados


Como uma comunidade, os fandoms precisam se organizar para alçar os favoritos ao estrelato. As manobras de gerar engajamento para os trabalhos desenvolvidos pelos seus ídolos são feitas de inúmeras formas. O comportamento em tempos de novas produções é de união total, e o intuito principal é ajudar na divulgação dos trabalhos em todas as redes sociais. E as estratégias de engajamento básicas são feitas de maneira planejada, como subir hashtags no Twitter e bater metas de likes e comentários em publicações no Instagram e Facebook.



A estudante de odontologia Maria tem 22 anos e conta que já foi fã ativa de diversos artistas e que, ainda nos anos de 2010, participava de maneira efusiva dos fandoms de Justin Bieber e Luan Santana. Ela relata que fazia o que era preciso para aumentar a popularidade dos ídolos. A jovem relembra que comprava produtos que estampavam o rosto deles, sobretudo as revistas teen, tinha uma meta de visualizações no Youtube que precisava ser alcançada e abria várias telas do computador o mesmo tempo para contabilizar views, dentre outras estratégias.


"Eu era aquela fã dedicada, muito dedicada, inclusive. E isso foi só com o Justin Bieber e Luan Santana. Ia nos shows deles, e ficava no Twitter sendo fanzoca mesmo, com nome tipo 'Mari Bieber', 'Maria Bieber'"

As famosas fancams se tornaram uma febre na internet nos últimos anos, sobretudo as feitas por fãs de K-pop que veem no vídeo curto, com imagens de shows ou fotos dos ídolos, uma forma eficiente de divulgação em massa. É simples: basta utilizar o vídeo para responder os tweets que te marcam, ou postar sucessivamente em replies gerando assim mais views. Inclusive, há quem não suporte mais ver tantas fancams pela timeline, como o youtuber Felipe Neto, que criticou como essa manobra se tornou na verdade spam no Twitter. O irônico? A maioria das respostas para a thread do influenciador foram fancams.



Ainda existe uma categoria que cria conteúdo com intuito de entreter as comunidades e ao mesmo tempo fazer com que o nome e imagem do ídolo seja mais vista na internet. As fanarts são um exemplo de trabalhos feitos por fãs que buscam divulgar a sua arte para que ela, de alguma maneira, chegue até o artista. Esses criadores se tornam reconhecidos por todos, tendo seus desenhos organicamente mais compartilhados nas redes sociais.



As fan fictions, mais conhecidas como fanfics ou fics, também formam esse tipo de criação voltada para o próprio fandom. Porém o sucesso feito pelas histórias criadas tomaram uma proporção inimaginável. Qualquer história pode se tornar uma fic, principalmente aquelas que não existem concretamente, fruto da imaginação de um grupo de fãs que se diverte em criar um enredo diferente da realidade.


Com a consolidação da Internet, surgiram plataformas que hospedam as obras, tornando as histórias ainda mais populares do ponto de vista tanto do escritor, que vê nisso uma oportunidade de exercer seu talento, quanto do leitor, que aproveita para viver em uma realidade paralela como nos livros. Uma das fan fictions mais famosas foi sobre um possível relacionamento secreto entre Louis Tomlinson e Harry Styles, quando eles ainda participavam do One Direction. Larry, como é denominado o ship já foi alvo de diversas histórias por parte das directioners, e os dois já negaram diversas vezes. Até mesmo a série Euphoria, da HBO, criou uma animação encenando uma relação sexual dos dois, no terceiro episódio, da 1º temporada. Os fãs foram à loucura, e comentaram no Twitter sobre a cena, porém Louis respondeu incomodado:



Fandom como movimento político


Apesar de se organizarem em prol de um artista ou obra, os jovens que fazem parte dessa comunidade estão, na sua maioria, buscando se inteirar ainda mais da realidade do mundo em que pertencem. Questões políticas, econômicas e sociais também fazem parte das conversas que eles discutem nas redes sociais quase full time, e muito disso se dá pela repercussão dos debates nas bolhas sociais que acabam trazendo mais e mais pessoas para a pauta.


Além disso, os próprios fãs cobram das pessoas que admiram um posicionamento coerente com a trajetória de vida e trabalhos realizados pelo artista em questão. E evitar dar uma declaração pode trazer consequências como o famoso 'cancelamento' da internet. Anitta, por exemplo, já foi cancelada e descancelada por fandoms diversas vezes, e o motivo foi pela ausência de opinião sobre as Eleições Presidenciais, em 2018. Porém, desde o ano passado a Poderosa tem mudado e expressado mais suas opiniões sobre a política do país, inclusive brigando com o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. No entanto, os nomes de Ivete Sangalo, Giovanna Antonelli, Marina Ruy Barbosa, Maiara e Maraísa, Simone e Simaria e Juliana Paes são alguns que seguem no hall dos ‘Artistas Isentões’.


As estratégias para auxiliar na visibilidade de pautas importantes têm como base as mesmas utilizadas: subir hashtags, assinar petições online, enviar e-mail para Deputados e Senadores pressionando contra um Projeto de Lei, dentre outras medidas. Um método curioso utilizado por alguns fãs de K-pop e usuários do Tik Tok foi assinar um formulário para participar do comício de Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, e evitar que os apoiadores dele fossem ao evento. O comício aconteceu em Tulsa, Oklahoma, no ano passado, e esperava um público de cerca 19 mil pessoas, porém foi vista uma arena com 6,2 mil pessoas. Essa manobra efetuada se deu em protesto contra o ex-presidente norte-americano, que vinha tratando a pandemia de Covid-19 e o movimento Black Lives Matter com desdém.


Reality shows


Uma das paixões na TV brasileira são os reality shows que, a cada ano, surgem em novos formatos com objetivo de inovar para entreter o telespectador. "Big Brother", "A Fazenda", "De Férias com o Ex", "The Circle", "Power Couple", dentre outros programas têm feito a diferença na vida dos participantes, mas também do público que assiste e torce de forma ensandecida.


Os famosos mutirões são uma marca registrada de qualquer reality, e os fandoms usam essa estratégia para conseguir salvar os seus favoritos das votações abertas ao público. Apesar dessas ações terem sido mais vistas desde o ‘BBB 20’, em que o programa conseguiu bater o recorde 1,5 bilhão de votos, a tática é antiga e já mudou rumos importantes do jogo. E a importância desses mutirões para os fãs é imensa, porque além de demonstrar a força que eles possuem perante os adversários, demonstra uma qualidade imprescindível para uma comunidade: a união.


Assim, a movimentação dos participantes vai moldando como a torcida irá se comportar diante erros e acertos dos favoritos dentro do reality. O programa estimula o conflito entre eles e os fãs precisam continuar firmes na decisão de defender das críticas que surgem nas redes sociais, em que apontam uma fala ou atitude errada. Nesse s momentos, os fandoms tentam fazer uma espécie de gerenciamento de crise sobre a situação e buscam justificar o erro de qualquer maneira.



Essas "falhas" podem variar: assédio, intolerância religiosa, machismo, misoginia e injúria racial são alguns dos casos que acontecem com os participantes ao longo dos programas e prontamente os fãs "passam o pano", ou seja, optam por ignorar essas atitudes. O foco é não atrair mensagens de ódio para o favorito e como medida de defesa vale tudo, inclusive atacar outros integrantes da própria torcida que buscam fazer uma reflexão crítica sobre o caso.


Maria conta que apesar de torcer por todos os realitys, ela acaba desagradando as torcidas que participa ou não. Isso se deve ao fato dela ser uma pessoa que tenta se desconstruir a todo tempo e evita enxergar o participante como um humano perfeito, segundo a própria. No último Big Brother Brasil, a estudante foi torcedora da advogada e maquiadora Juliette Freire, que acabou vencendo o programa. Porém, uma parte do fandom dos chamados 'cactos' não gosta dela, por Maria ter apontado algumas falas problemáticas que Juliette teve ao longo do programa.


‘’Tem pessoas que até hoje acham que eu não gosto da Juliette pelas vezes que eu pontuei erros dela, que foram poucas vezes, mas elas confundem você criticar uma atitude de uma pessoa que você gosta com hater. Meu objetivo nunca foi criar hate pra Juliette, nem odiar ela, até porque eu torci de verdade. Mas existem questões que são muito além de reality show, e como eu gosto de opinar, não ia me calar porque era quem eu estava torcendo [...]''

A estudante ainda relata sobre a importância de se posicionar contra uma situação que considera errada e afirma que há fãs que se recusam a aceitar o erro dos ídolos.


'' [...] já me calei em algumas situações que eu torcia, e eu me arrependo de não ter falado. Então, decidi que a partir daquele momento, que não ia parar de falar sobre coisas que acho importante pontuar, erros que eu acho importante serem ditos. Existem alguns fãs fanáticos que não aceitam, que não acreditam que torcem para pessoas que erram e acertam, que são humanas, como Juliette’’.

Diversos jornalistas de entretenimento admitem que essa cultura de fã tem atrapalhado o funcionamento de reality shows, já que a prioridade deixa de ser o entretenimento para se tornar uma espécie de tribunal em que a justiça precisa ser feita e as leis são ditadas pela torcida com maior força. O jornalista Maurício Stycer, do UOL, escreveu em matéria sobre a saída de Gilberto Nogueira do Big Brother Brasil, um dos favoritos do público, afirmando que a culpa pela eliminação não foi da torcida que o tirou, e sim da TV Globo que incentiva essas movimentações massivas de fandom. Ele defende uma antiga ideia do colunista Chico Barney, também do UOL, sobre os votos do BBB serem por CPF, evitando inúmeros mutirões que tiram a oportunidade do programa ter mais entretenimento.


Os fenômenos: Juliette e Jojo Todynho



Todo reality precisa de um campeão e muitas vezes isso não depende apenas da trajetória do participante no programa. Embora todos entrem de maneira igual, sem torcida explícita nem vantagens, algumas pessoas acabam se destacando mais que os outros. Seja pelos posicionamentos nas primeiras semanas ou pelas chamadas que vão sendo divulgadas nas redes de televisão, qualquer motivo é válido para torcer pela possível campeã.


Jojo Todynho já era um nome comum nas listas de possíveis participantes de ‘A Fazenda 12’ e, mesmo antes da confirmação, já existiam pessoas que declaravam torcida para a cantora. Conhecida por não ter papas na língua, a personalidade de Jojo era o que os telespectadores precisavam para se divertir e ao mesmo tempo torcer sem culpa. Ela encantou o público antes mesmo de entrar, só pelas possíveis confusões que causaria no reality. O resultado não foi diferente: venceu com facilidade o programa, ganhando o prêmio de R$ 1,5 milhão. Apesar de disputar em quase igualdade contra participantes como o cantor Biel, a modelo Raíssa Barbosa e a ex Miss Brasil Jakelyne Oliveira, o favoritismo e a maior torcida eram da cantora carioca que saiu do programa com cerca de 14 milhões de seguidores no Instagram.


Juliette Freire é um acontecimento à parte do ‘Big Brother Brasil 21’ e isso ninguém pode negar. A torcida, o engajamento e a notoriedade que ela teve ainda dentro do reality não tinha sido visto em toda a história do programa. Ela não entrou como favorita definitiva, mas acabou o reality entre o TOP 3 da maioria dos telespectadores que se identificava de alguma maneira com a história da paraibana. A postura que ela adotou dentro do BBB junto às estratégias de marketing dos administradores das suas redes sociais formaram a junção perfeita para ela se consagrar campeã praticamente na metade do programa. Juliette saiu com cerca de 24 milhões de seguidores no Instagram - que não param de crescer - e R$ 1,5 milhão no bolso.


Nem tudo são flores


As fake news dominaram os últimos programas, mas dessa vez como ferramenta de ataque contra outras torcidas. Não há nenhuma comprovação que envolva os administradores das redes sociais dos participantes nesses esquemas, porém o que é possível observar ao longo de "A Fazenda" e do "Big Brother Brasil" foi como as torcidas foram primordiais para alterar os rumos do jogo. O problema maior é que essas ‘pequenas mentiras’ publicadas em diferentes perfis são replicadas de forma desmedida, e se espalham nas redes sociais de maneira descontrolada.


Os perfis de fofoca no Instagram são grandes replicadores de publicações inverídicas que vêm através do Twitter. Como os produtos da internet são vistos e compartilhados de forma incontrolável, o que era uma pequena mentira se torna uma verdade absoluta. As tentativas de desmentir uma fake news são quase nulas, porque de alguma forma o olhar do público sobre determinado participante é alterado. Apesar dos exemplos se aterem aos reality shows, essa tática já é comum em todas as esferas sociais, sendo conhecida também como "pós-verdade".


Fora as notícias falsas, as mensagens de ódio das torcidas contra os participantes e também contra outros fãs se tornou o ponto chave dos realities. O que já era comum teve uma proporção desmedida pela quantidade de pessoas que acompanharam os programas nos últimos meses e não perdiam a oportunidade de atacar qualquer um que contrariasse o seu favorito. Derrubar as contas oficiais e os comentários racistas em fotos foram uma das táticas mais utilizadas e nos demonstra o quanto o fanatismo cega as pessoas, de maneira que o único objetivo é gerar ódio contra os outros. Um exemplo que ficou mais conhecido foi com a filha da cantora Pocah, ex-participante do ‘BBB 21’, que sofreu vários ataques racistas no Instagram após uma briga da mãe com Juliette no reality.


No fim, o afeto é o que guia


Mesmo que ocorram mudanças, como já vem sendo feito ao longo dos anos, tanto a indústria vai alterando os modos de produção quanto os fãs também vão se aprimorando nas maneiras de torcer. Como disse Jenkins, a maneira que os admiradores foram saindo do lugar de contemplação das produções que a mídia vinha propondo e se tornaram criadores da maioria dos conteúdos veiculados é uma mudança radical do que vinha sendo feito. Fora isso, a maioria dos produtos vem sendo ainda mais incorporada ao gosto dos fãs, buscando agradar ainda mais esse público que acompanha massivamente tudo o que é feito pelos artistas.


Apesar das diversas problemáticas que envolvem os fandoms, o fato é que torcer pelo sucesso do outro é algo natural quando falamos sobre pessoas. Mesmo que a ideia de comunidade seja algo compreendido por todos que a compõem, se faz necessário lembrar que existem indivíduos atrás de uma tela que realmente acreditam no que defendem. Independente de faixa etária, gênero, sexualidade ou mesmo de onde vêm, um novo fã é sempre bem acolhido no coletivo que ele quer fazer parte e novos laços vão se formando de maneira orgânica. Um busca ajudar o outro, seja com novos seguidores, mais informações para se tornar mais perto do ídolo ou até ajuda financeira que alguns se dispõem a prestar.


Além disso, os próprios artistas buscam atrair mais fãs para consolidar a carreira de maneira definitiva nos âmbitos da publicidade e do entretenimento. A troca de afeto entre eles precisa ser mútua e mesmo que não haja tanta interação nas redes sociais, a maioria se contenta em apenas ser lembrado pelo seu ídolo. Há quem prefira dar presentes simples, ou até mesmo itens mais valiosos, mas tudo com objetivo de incentivar o trabalho dos artistas e, de alguma forma, demonstrar todo o orgulho que a comunidade sente por ele. E sempre será assim.


 

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